1 de setembro de 2013

#2 Quero Ajudar!

Testemunho #2:

Olá. Chamo-me Maria, e tenho 18 anos. 

Ao encontrar este espaço, relembrei-me de algumas situações pelas quais também passei, e talvez falar delas venha a ajudar alguém. Sou muito apologista de conversar acerca de certas coisas, e, inclusive, de falar com uma perspectiva mais interior (isto se tiver passado pela situação ou algo semelhante, claro). Assim sendo, gostaria de falar de uma fase que passei à uns anos atrás.
Todos nós, a certo ponto da vida, cometemos erros dos quais não nos orgulhamos mesmo nada, mas também é verdade que é com eles que se aprende as lições mais importantes - e, muitas vezes, até são as mais difíceis de tomar. Erros esses podem ser muito grave para os outros, assim como muito graves para nós próprios, não é verdade?
Durante uns meses, tornei-me cega - metaforicamente falando. Pelo menos, foi essa a sensação que tive quando dei por mim, passo a expressão, de olhos abertos. Deixava que toda a gente, que todos os acontecimentos, e até mesmo que a minha própria mente, destruísse toda a minha confiança interior - a chamada "auto-confiança".


Hoje em dia, ainda sei melhor, que muita gente passa por isto, a diferentes alturas da sua vida, devido a diferentes situações. Presumo que acontece à grande maior. É impressionante. Contudo, ainda mais impressionante é facto de muito poucos estenderem a mão em prol do bem-estar de outrem.
Assim, com este facto que menciono, demorei algum tempo a compreender que se não fosse eu a trazer o meu lado positivo ao de cima, era bem possível que ninguém o viesse fazer por mim. Por consequência, além de perder a confiança em mim, perdi a confiança no que me rodeia. Foi um daqueles momentos onde bati fundo no mar, embatendo numa rocha pontiaguda. Confesso que houve alturas que deixei de acreditar no geral. Na minha mente consumida achava que a vida era assim, e não havia volta a dar.
E é nesses momentos que... Sabem aquelas frases que mais parecem um bolinho da sorte irritante e nada credível? Pois bem, às vezes até são bem acertadas. Verdade que fui abaixo, mas após vários dias/semanas/meses observando o decorrer da vida e outras coisas idênticas, fui retirando pequenas mensagens, pequenas verdades que me mudaram muito a perspectiva. Até pode parecer irreal, mas há coisas nesta vida que nos tocam no profundo e deixam a alma exausta - num bom sentido. Sim, levou-me algum tempo, ainda lutei muito pelo caminho - entre conversas mentais comigo mesma e pequenas acções para provar a mim mesma que era do que aquilo que julgava - mas ultrapassei.
Na minha experiência mais pessoal, acabei por, eventualmente, perceber que era preciso mais, muito mais. Não era só a teoria que eu precisava, era também a práctica. Experimentei várias coisas, e todas elas contribuíram - ginásio, voluntariado, expressão artística, leituras, filmes, e até mesmo estudar se tornou uma grande ajuda. Também criei um Blogspot anónimo onde expressava tudo de uma forma não muito clara, mas muito real para mim, e dei os meus primeiros passos no Tumblr. Ambas as redes sociais acabaram por ter um impacto super positivo. Havia tanta gente a sentir o mesmo que eu. Tanta gente a desejar saltar fora da maré de negativismo e desconfiança tal e qual como eu. Éramos vários, mas no fundo, formávamos um único ser de suporte incondicional e autêntico. Acho que a mensagem geral que retirei de tudo isso foi que cada pessoa tem em si uma força interior incrível, e que, por mais que haja maus momentos, com muito esforço e igual coragem, somos capazes de atacá-los e fazê-los motivo de sorriso, invés.
Agora sinto-me melhor, mais capaz, mais resistente. Ainda tenho vários momentos de fraqueza e dúvida - em especial de mim mesma - mas também relembro frequentemente que sou capaz de mais, e posso vir a conseguir muito mais. Honestamente, sinto-me numa balança onde vou equilibrando a falta de confiança com a confiança a mais - tenho estado no meio.
Acredito que é possível encontrar-se um certo equilíbrio, e o quanto baste, na vida. Encontrei parte dele, pelo menos. A minha rota não terminou ainda, portanto, ainda virei a encontrar mais. Pelo menos, vou trabalhar nesse sentido.
É isto, pessoal. Após tanta conversa que aqui escrevi, quero que saibam que é possível - tudo, se assim o entenderem. Não parem de acreditar em vós. E caso isso aconteça, por mais complicado que pareça, não baixem os braços. Lutem por vós - com garras afiadas.


Muita coragem para todos! 
Espero, honestamente, ter ajudado em algo. Beijinhos grandes!