22 de julho de 2013

# 9 - Relação Parental

Ana Margarida, 13 anos disse:

Nunca me lembro de ter vivido com o meu pai. Faz uns cinco anos que ele começou a aproximar-se aos poucos e eu podia dizer que tinha uma família normal. Viver com a minha mãe, a minha irmã mais velha (de outro pai) e com a minha irmã mais nova (do mesmo pai que eu) e de quinze em quinze dias, eu e a minha irmã mais nova íamos passar os fins-de-semana a casa dele parecia-me normal. Posso dizer que estava satisfeita com isso.
Mas há uns meses, quase 1 ano, a namorada do meu pai ficou grávida. Não me preocupei com isso. Muito pelo contrário, a minha irmã mais nova e eu ficamos muito contentes. No entanto, no desenrolar da gravidez, quanto mais crescia a barriga dela crescia também uma nova personalidade que eu não conhecia.
Por vezes o nosso pai tinha de ir trabalhar durante algumas horas e nós ficávamos com a sua namorada. Mas ela já não era a mesma pessoa, ficava no quarto fechada, não falava para nós e cerca de meia hora antes da hora prevista do pai voltar, ela levantava-se, lavava a loiça ou aspirava, sem dizer nada, e voltava para o quarto.
A gravidez foi se desenvolvendo e à frente do nosso pai ela era uma coisa e por trás era outra.
Nos últimos meses da gravidez o nosso pai praticamente não nos vinha buscar e foi se afastando cada vez mais.
Assim que a nossa irmã nasceu estivemos apenas três vezes com ele:

  1.  Foi nos buscar para almoçar mesmo em cima da hora, assim que acabamos de almoçar trouxe-nos de volta para casa;
  2. Veio à porta da nossa casa e estivemos cerca de 10 minutos a falar dentro do carro dele;
  3. Igual à segunda.
O meu pai entretanto já telefonou umas três vezes e eu não atendi. Não acho que seja normal o comportamento dele. Não sei o que fazer e também não quero estar com ele se ele não quer estar.



Other Way Out aconselha:

Olá Ana Margarida, obrigada por participares e partilhares a tua situação connosco!
Em primeiro lugar é importante referir que, em relação à namorada do teu pai, é bem provável que as suas mudanças de humor e atitudes não habituais se devam ao facto de estar grávida. É verdade que não pudemos dispensar outras razões mas esse é um motivo bastante provável e não há outra forma de controlar isso se não haver paciência por parte das outras pessoas. Existe uma transformação hormonal e ela não se consegue controlar tão bem, e tu e a tua irmã talvez ainda não o percebam bem mas têm de ter calma, muita paciência e esperar.
Em segundo lugar, em relação ao teu pai, é normal que com o nascimento do novo bebé ele esteja um pouco atarefado e isso não significa que não queira estar convosco. 
De qualquer forma não te vamos mentir, por mais que ele esteja ocupado, a sua atitude não foi correcta. Em nenhuma das três vezes, muito menos das duas últimas vezes, ele teve uma atitude correcta, mas as pessoas nem sempre percebem que consequências podem ter as suas atitudes.
Se realmente ficaste magoada com a situação, deves sim falar com o teu pai, quando te sentires preparada. Se não conseguires telefonar, manda mensagem e explica aquilo que te vai na alma e o que te magoa. Ele decerto que vai entender.
Depois de falares com o teu pai e houver outra questão que surja, não te acanhes. Contacta-nos, pois a comunidade tem todo o prazer em estar presente sempre que precisares!

A comunidade OWO deseja-te boa sorte, assim como espera ter conseguido ajudar-te no melhor possível. Obrigada pela tua questão!

#9 - Já estiveste numa situação idêntica? Como procedeste?

13 de julho de 2013

Proposta!

Olá a todos! :)

Vimos por este meio convocar todos vocês para se envolverem ainda mais na nossa comunidade!
Para isso contamos contigo para também aconselhares outros leitores do blog. A nossa proposta consiste em enviares um e-mail, explicando uma situação complicada que tenha ocorrido na tua vida. 
Como vais ajudar? Depois de explicares o sucedido, explicas também as consequências do mesmo, como procedeste, o que aprendeste com isso. Ao partilhares a tua história estarás a ajudar outras pessoas!


Contamos contigo, tal como podes contar connosco. Estamos juntos neste jornada! :)

*Aparecerá brevemente na barra superior do blog "quero ajudar", onde explicará como podes participar.

10 de julho de 2013

#8 - Relação Parental

Beatriz, 31 anos disse:

Fui mãe aos dezassete anos. Foi muito cedo, mas as circunstâncias não foram más. Pelo contrário. No decorrer dos anos verifico que ainda sou feliz com o mesmo homem (que na altura era um rapaz de dezoito anos). Contudo, pensei que o facto de ser mãe tão nova iria facilitar a relação com a minha filha. Não podia estar mais equivocada. Ela está agora a fazer quatorze anos e eu não consigo lidar com o feitio aguçado dela. Não parece a mesma rapariga que à uns meses atrás era querida e dedicada. Agora está sempre enfiada no quarto a falar ao telemóvel ou no computador. Para além disso, deixou as notas descer um pouco e não quer passar tempo comigo quando estou mais folgada em casa. Sei que esta fase é normal, mas durante quanto tempo vou conseguir aguentar sem explodir? Não quero ser a má da fita (nem o meu marido), mas de momento não encontro outra solução. Temo que a certo ponto comece a colocá-la de castigo. Haverá outra solução possível?


Other Way Out aconselha:

Olá, Beatriz. Estamos muito gratos que tenhas partilhado um pouco da tua história connosco, assim como é bom saber que te encontras feliz com o teu parceiro/pai da tua filha e com a tua filha.
Um passo importante a dar (e que já o fizeste), tendo em conta a tua situação, é compreender que esta fase que a tua filha está a passar é temporária e, inclusive, muito normal. Contudo, isso não é motivo para descurar a atenção e preocupação sobre ela, mas também não é, igualmente, motivo para a sobrecarregar e/ou pressionar. Isto é, há alturas em que deves utilizar uma abordagem mais descontraída e outras em que deves ter mais atenta. Para começar, porque não tens compreender a fonte da alteração da sua típica personalidade? Poderá haver uma causa forte para tal, da qual não tenhas conhecimento - podes tentar conversar calmamente com ela, e mostrar-lhe que ela pode contar contigo. Se houver uma forte relação de confiança entre vós, ela acabará por falar de um modo mais aberto - para tal, pode ser necessário que a relembres que podem confiar uma na outra, especialmente nesta fase de mudança. Não te esqueças que, apesar das alterações, ela é tua filha e, como tal, a conheces muito bem, pelo que só tu sabes qual é a melhor forma de a abordar.
Outro aspecto que referes é que a tua filha está muitas vezes ligada ao nível de telecomunicações. Não haverá, também aí, um motivo especial para tal? Na idade em que está é perfeitamente normal começar a ter novas amizades e novos interesses, e isso pode levá-la a querer estar mais comunicável. No entanto, podes, mais uma vez, tentar conversar com ela e mostrar-lhe que há alturas para tudo, e quando se está com a família, deve evitar-se essa ausência da parte dela. Se estabelecerem regras consentidas e com um significado específico, a tua filha irá compreender e aceitar muito melhor.
Relativamente ao facto das suas notas terem descido, deves ter em consciência que tal pode não ser uma consequência directa da mudança de atitude da tua filha. Um exemplo prático é que as disciplinas e/ou matérias podem ter sido mais complicadas num determinado período ou ela pode estar com algum problema que não quer e/ou não consegue dar a conhecer. Mais uma vez, torna-se muito relevante teres conversa muito aberta com ela. Mostra-lhe que não queres julgar a situação sem ouvir as suas justificações, assim como deves mostrar que estás interessada em arranjar soluções juntas, e que é tudo para o seu bem. Podes e deves também falar com os professores para perceber quais as suas maiores dificuldades e em que circunstâncias as notas dela baixaram.
Não tens de ser, necessariamente, a má da fita (nem o teu marido). Como podes ver há outras possibilidades, mas todas elas se baseiam numa conversa calma, pois é um factor essencial em qualquer relação. Se ela não demonstra interesse em passar mais tempo contigo quando estão em casa, porque não procuras sair com ela? Irem juntas a um lugar que agrade a ambas? E talvez aí conversem melhor. Deste modo, estarás a criar um novo ambiente, mais saudável. A tua filha será sempre a tua menina, mas ela está e continuará a crescer - passando por várias situações novas - e precisará de muito apoio - mesmo que não o demonstre. Cabe a ti procurares os vossos pontos em comum. Verás que assim a vossa relação será melhor, e não será preciso recorrer ao castigo.
Não achas que é possível que para ela também não esteja a ser a fase mais fácil? Ou até mesmo que ela possa não ter noção que está com um feitio, como referiste, aguçado? Tudo isso é possível - procura ver melhor as circunstâncias em que as alterações se dão.
Para finalizar, relembra-te que são momentos passageiros, e no fundo, ela ainda tem muito a aprender e/ou conhecer. Junta-te a ela, e confia nela. Uma boa dica são sempre momentos de qualidade com a família - fazem sempre bem a todos - e dá-vos uma oportunidade para estarem em paz, em união.

A comunidade OWO deseja-te boa sorte, assim como espera ter conseguido ajudar-te no melhor possível. Obrigada pela tua questão!

#8 - Já estiveste numa situação idêntica? Como mãe? Como filho/a? Conta-nos! :)

9 de julho de 2013

#7 - Isolamento

Ângelo, 17 anos disse:

Em certos tempos da minha vida, sentia-me bastante confiante em todos os passos que dava. Não temia as minhas decisões, reflectia bastante e tentava agir da melhor forma, sempre. Nunca fui um rapaz de sorte, nunca tive uma vida de sorte, sempre tive problemas a carregar nas costas durante toda infância. Desde problemas financeiros, como familiares, nada muito pouco normal. Até uma certa idade, as coisas são más, mas nunca tão piores quanto começam a parecer. Chega a uma certa altura, em que começamos a dar mais importância aos que pareciam pequenos problemas, e realmente começa-mos a ficar mais preocupados com o que se passa à nossa volta. Felizmente, quando entrei nessa fase, as situações em que a minha família se encontrava, foram melhorando. Tudo graças às forças de vontade de pessoas como a minha mãe, que sempre lutou e que sem dúvida será sempre um orgulho para mim. Acontece que quando entramos numa idade mais complicada, as coisas complicam mesmo. Surgem novos problemas, que nos abalam e desatinam a mente. Com cerca de 12 anos, viveria de uma forma normal, sempre fui um rapaz que facilmente fazia amizades. Não era um jovem infeliz, de todo, apesar de por vezes em conta de pequenos problemas, achar que era uma injustiça do tamanho do mundo. Pequenos problemas que hoje olho para trás, e até dá um pouco de riso relembrar a forma como pensava e reagia a certas coisas, o que é normal. Foram se passando os anos, entrei numa idade, a tão chamada "idade da parvalheira". Nesses tempos fui muito infantil, ao ponto de desiludir toda família com os meus actos infantis e cobardes. Rapidamente após uns anos, encontrei novos caminhos, e aqui estou eu, recuperado da rebeldia que se apoderava do rapaz jovem. Tem um lado da vida, que talvez o que dá mais sentido à mesma, em que eu nunca tive sorte. Estou obviamente a falar do amor. Esse tal de sentimento que é capaz de nos mudar, é capaz de levar-nos a tomar decisões a quais não estávamos preparados, é algo tão poderoso que é capaz de nos conduzir. O que aqui está em questão é mesmo a situação a qual me encontro, que é... Nunca fui rapaz de andar por aí a curtir com raparigas, simplesmente por diversão, não. Não sou totalmente santo, como toda gente, mas não me considero mau rapaz nesse aspecto, já errei muito, mas sempre dei valor às poucas relações que tive. Sou um rapaz sensível, mas muito lutador, paciente e dedicado em agradar e fazer feliz quem está do meu lado. Após mais de um ano sozinho, não esperaria encontrar assim uma rapariga que fosse tomar conta dos meus pensamentos e das minhas decisões. Não foi necessário muito tempo para eu me apaixonar, e de assumir relacionamento. Isto com 16 anos. Fomos ficando muito mais próximos, estudávamos na mesma escola, vivia-mos na mesma terra, portanto ocupávamos o mesmo espaço. Acontece que rapidamente também surgiu um conhecimento mais a fundo acerca da pessoa que me acompanhava, ela era muito diferente. Tinha as suas qualidades que no inicio levaram-me a assumir tal risco, mas depois começaram a surgir os seus muito defeitos. Ela foi muito injusta em todas as suas situações, e foi errando e errando e errando até conseguir destruir a nossa relação, mesmo depois de milhares de oportunidades, mesmo depois de tudo, não mudou, não fez um esforço, no fundo acabei por entender que ela nunca me amou como eu a ela, nunca se dedicou, nunca deu um passo, nunca foi capaz de fazer nada por mim e por nós... Tempos muito difíceis para mim, quando digo muito difíceis, são mesmo muito difíceis. Com isto, mudei muito. Tornei-me uma pessoa mais "fraca", mais sensível, e ao mesmo tempo mais crescida e menos sociável. Não sentia muita vontade de falar com tantas pessoas como antes falava. Com a relação fui deixando de falar com algumas pessoas, mas no fim, no fim eu mudei ainda mais. Fechei-me um pouco. Até que comecei a escrever seriamente acerca de mim, de como estava, do que acontecia, de tudo. Agora com 17 anos, sinto-me um pouco mais leve com a situação da minha ex-namorada. Bastante melhor, apesar de não a ter esquecido. Durante este ano, perdi amizades muito mas muito importantes para mim, porque precisava de atenção e não a vi-a. As pessoas mudam, seguem outros caminhos, conhecem pessoas novas, e realmente esses foram os motivos que levaram a essas pessoas próximas e importantes, se irem embora. Nos últimos meses tenho-me apoiado muito numa pessoa, numa amiga. Uma rapariga extremamente importante para mim, admiro-a bastante, pois ela age de uma forma tão única, ela é sem dúvida especial. Hoje em dia é muito difícil de encontrar mentes jovens assim tão certas e seguras do que querem, das suas decisões e atitudes. Ela tem a cabeça bem sobre os ombros e sabe bem o que quer, e como irá lá chegar, o que é muito bom. Para além de todas as suas qualidades, à sua maneira, tem-me ajudado bastante, ao ponto de facilmente provocar-me um sorriso só com o facto de tirar um pouco do seu tempo e gasta-lo em mim. Até que agora, sinto que até essa pessoa já não o faz mais, está afastar-se, aos poucos, está-se a ir... Já falei com ela, já tentei evitar, mas ela já não é a mesma coisa comigo, e sinto que estou a cair de novo. Estou triste e precisava de escrever isto de uma forma tão aberta como está aqui. Tenho um blog, em que lá escrevo textos, bastante sentidos, mas não tão directos quanto este desabafo. Quero muito acreditar que é normal viver uma fase da vida em que olhamos à volta e não vê-mos nada nem ninguém. Será tão normal assim, sentir que perdemos todo valor e grande força que tínhamos, por pequenos erros...? É muito mau sentir que já não temos valor para as pessoas que mais tem valor para nós, senti-mos como lixo, como apenas mais uma alguém a deixar pegadas por aí...


Other Way Out aconselha:

Olá, Ângelo. Obrigada por teres sido tão sincero na tua questão e teres partilhado a tua história com a nossa comunidade, e quando referimos "nossa comunidade" referimo-nos à equipa que está por trás do blog e aos leitores que têm vindo a apoiar o nosso blog com pouco mais de uma semana.
Antes de mais, achamos que seria importante saberes que os problemas que referes são normais e não te devias preocupar tanto com eles, sabemos que é difícil, mas acredita que o tempo é mesmo um grande curandeiro. Com ele, virão melhores épocas. E claro, há sempre mais alguém que se sente exactamente como tu e/ou até mesmo alguém que já tenha sentido o mesmo e agora se encontre bem melhor. Como vês, há sempre luz no meio da escuridão!
Podes achar que te tornaste numa pessoa mais fraca, não obstante, isso é o que sentes agora. No futuro estarás ainda mais forte, serás uma pessoa mais preparada e consciente, tal como referes, "e ao mesmo tempo mais crescida". Posteriormente, tornarás esta fase numa aprendizagem importante para o teu crescimento.
É normal que com o sucedido, com problemas ainda muito novo - pensares que desiludiste a tua família e mais tarde sofreres por causa de uma rapariga - te tenham tornado mais fechado e menos sociável. Contudo, estás num bom caminho, tens o teu blog que é uma boa forma de socializares com o mundo. Acreditamos que sejas bem-sucedido no teu espaço e/ou que te faz realmente bem à mente. É uma boa maneira de não deixares toda a situação dentro de ti - por vezes, isso pode mesmo ser o pior. Como tal, e se te sentes bem a fazê-lo, deves continuar sempre a explorar o teu lado mais criativo e partilhar o que te vai alma. Liberta um pouco, não é verdade?
Em relação à nova rapariga, tens de pensar bem nas hipóteses para que ela se esteja a afastar.
1- Será que ela se está mesmo a afastar ou é apenas a tua perspectiva da situação?
2- Se ela realmente se está a afastar... Quais os motivos? Pode haver algo por trás - não tem que estar necessariamente relacionado contigo.
3- Pensa por ti e pelo que conheces dela, possíveis hipóteses e não tenhas medo de "investigar", com calma, dando-lhe espaço.
Deves perspectivar de modos diferentes perante as situações. Como tal, não penses que por algumas pessoas se terem afastado de ti que será sempre assim, tens de ter uma mente livre e tentar afastar essas expectativas quando conheces alguém. Se te libertares dessas expectativas concebidas, serás mais facilmente surpreendido (e pela positiva!). É normal que, por agora, não te pareça possível de abandonar, mas acredita que é. Com o decorrer do tempo, conseguirás libertar-te mais se trabalhares nesse sentido.
Respondendo directamente às tuas questões: "será tão normal assim, sentir que perdemos todo o valor e grande força que tínhamos, por pequenos erros...?" A resposta é sim, é muito normal, em qualquer idade. Quanto mais novo, mais rápido se esquecem os "pequenos erros", mas quando se está na adolescência todas as pequenas coisas se tornam enormes e tudo começa a tomar outra importância, as pessoas criam expectativas em relação a ti e tu só pensas em como não as podes desiludir. É super normal! Ainda assim, tu contínuas a ser um ser humano! Podes errar, tens o direito de errar. Deves, então, tentar aprender com esses pequenos erros nem que seja preciso caíres nele uma, duas, três vezes mas aprende com eles! Tira uma moral de tudo o que a vida te têm vindo a ensinar e não te esqueças que a nossa sorte somos nós que a fazemos! Também colocaste a questão: "é muito mau sentir que já não temos valor para as pessoas que mais tem valor para nós, sentirmos como lixo, como apenas mais uma alguém a deixar pegadas por aí...?" Se é muito mau? Sim! Se é normal? Sim, também o é! Não deves sentir que não tens valor, pensa nas coisas boas que fazes e naquilo que és: "sensível mas muito lutador, paciente, dedicado em agradar e fazer feliz quem está do teu lado". Defeitos toda a gente tem. Erros toda a gente comete. E com eles, podes sempre tentar melhorar e/ou aprender com eles. No entanto, tu és muito mais do que isso! Dá mais valor aquilo que és - há em ti muito mais do que julgas. Tens de avaliar-te melhor - conheceres melhor quem és, apreciares melhor as qualidades que tens.
E relembra a ti mesmo que a quantidade de amigos não é importante, é sim a qualidade! Com o tempo as coisas vão melhorar e terás a teu lado as pessoas que realmente merecem estar, porque essas permanecem sempre. Estão a teu lado - aceitam-te tal como tu tens de te aceitar. Acima de tudo, pensa mais em ti. Luta por ti, pela tua felicidade, pelas tuas amizades, por aquilo que te faz bem. Se há uma coisa que o ser humano é muito capaz é de ir buscar força mesmo quando parece que já não a tem. Sim, há força em ti. Usa-a, e vive!

A comunidade OWO deseja-te boa sorte (não te esqueças que a sorte és tu que a fazes), assim como espera ter conseguido ajudar-te no melhor possível. Obrigada pela tua questão!

#7 - Partilha a tua experiência com o Ângelo e com a comunidade! :)

8 de julho de 2013

#6 - Amizade

Alice, 23 anos disse: 

Há 7 meses, perdi o meu grupo de amigos. As minhas emoções mudavam drasticamente num curto espaço de tempo e eles não conseguiam compreender o que tinha. Começaram-se a afastar. 
Quando fui diagnosticada com uma doença mental, acabaram por cortar contacto comigo. No momento em que mais me sentia anormal.
Agora, não sei muito bem como lidar com esta situação nem com o Síndrome de Personalidade Limítrofe. Como poderei tentar abordar esta situação com os esses amigos? Como me devo encarar por ter uma doença mental crónica?

Other Way Out aconselha:

Olá Alice, antes de mais gostaríamos de te agradecer por teres partilhado a tua questão com a nossa comunidade.
Em primeiro lugar, percebemos que seja difícil para ti o facto dos teus amigos terem cortado relações contigo. Os amigos são sempre importantes e neste momento em que mais precisavas, eles não estavam. Muita gente pode dizer-te que talvez eles não fossem realmente teus amigos. Mas será que é dessa forma que queres pensar? E se eles tiverem os seus motivos? E se fosses falar com eles para tentar perceber o que realmente os fez agir dessa forma?
Em segundo lugar sabes que para lidares com a tua doença tens de ter acompanhamento de profissionais. Eles mais que ninguém sabem como te aconselhar, mas dizemos o seguinte para que não te esqueças: a vontade de controlar a situação vem de dentro de ti! És tu que tens de ter a força para continuar e controlar a doença para que não te afecte tanto.
Em terceiro, lembra-te de quando fizeres amigos não deves adiar muito o momento em que lhes contas sobre o teu síndrome para que possam compreender melhor e saber como lidar melhor com a situação sem serem apanhados de surpresa.
Respondendo directamente às tuas questões: Como podes tentar abordar a situação com os teus amigos? Bem, tu, em primeiro lugar tens de estar controlada, tens de pensar em certas situações que os possa ter causado transtorno e explicar o que realmente estava acontecer. Procura explicares-lhes melhor sobre o teu síndrome e fá-los saber como a sua amizade é importante para ti. Fala com eles de uma forma que te faça sentir mais confortável, como o telemóvel ou a Internet e depois tenta falar pessoalmente que é a melhor maneira.
Como deves encarar por ter uma doença mental crónica? Muita gente tem doenças crónicas e a única coisa que podes fazer é aceitar, procura um psicólogo ou um psiquiatra, eles vão ajudar-te a ver as coisas de outra forma, ensinar truques para te controlares, talvez receitar algum medicamento, se seguires as recomendações deles podes viver uma vida normal sem te preocupares com isso!
Boa sorte e não te esqueças que a verdadeira cura está na tua força de vontade! :)

A comunidade OWO deseja-te boa sorte, assim como espera ter conseguido ajudar-te no melhor possível. Obrigada pela tua questão!

#6 - És ou tens algum amigo com o mesmo síndrome que a Alice? Como procederam? O que aconteceu? Partilha a tua História e ajuda-a! :)

5 de julho de 2013

#5 - Baixa Auto-Estima

Rita, 16 anos disse:

Vou entrar para o último ano da secundária, e sinto que sou a mesma rapariga de baixa auto-estima, que gosta pouco de mudanças, e que não se preocupa muito com a sua própria saúde (estou fora da zona considerada saudável). Será normal? Como é que eu posso mudar?

  
Other Way Out aconselha:

Olá, Rita. Acredita que não és a única nessa situação - muitos jovens (de várias idades) passam pelo mesmo, e cada um tenta lidar com a situação de modo diferente. É, igualmente, normal que te sintas desconfortável, visto que a auto-estima é um indicador de bem-estar.
Em primeiro lugar, deves observar-te melhor - admirares as tuas qualidades (tanto físicas, como características) - e aceitares melhor quem és. Pode parecer-te complicado (até mesmo impossível), mas a verdade é que tu és uma composição de vários aspectos, e de certo que haverá, pelo menos, um ou outro que aprecias mais em ti. Deste modo, deves tentar ao máximo aceitares-te como és - cada pessoa é especial. Tu não és excepção!
Em segundo lugar, se quiseres, de facto, mudar alguns aspectos em ti que consideres menos bons, deves fazê-lo com muito juízo, consciência e com uma especial atenção à tua saúde. Podes começar por fazer pequenas mudanças para te ajustares melhor, assim como te habituares. Se estás fora da zona saudável, talvez um passo importante para ti seja seres uma pessoa com mais saúde, não concordas? Podes começar com pequenas caminhadas para ver como te sentes! É sempre uma boa forma de começares, e poderás, posteriormente, começar a fazer corridas. Por outro lado, também podes ter mais atenção ao que comes e/ou ao modo como te alimentas. Nesta área, tens de ter uma grande atenção aos hábitos que adquires, para teres a certeza que o que estás a fazer é correcto para a tua saúde. Como tal, deves procurar um especialista, e se isso não for possível, podes falar com o teu médico de família e/ou  qualquer outra pessoa que esteja intimamente relacionada com a área da saúde. Estas duas opções são bons passos para te iniciares numa mudança mais saudável. Se, eventualmente, mesmo quando já estiveres na zona mais saudável, ficares mais interessada em desporto, podes começar a realizar alguma modalidade e/ou frequentares um ginásio. Não te esqueças que, por norma, deves sempre realizar algum exercício físico durante a semana para o teu próprio bem. Verás que te sentirás bem melhor!
Mantém em mente que deves mudar para o teu próprio bem, e nunca de forma radical e/ou prejudicial. Pensa mais em ti, e no que te faz bem. Relembra-te que a construção de uma auto-estima mais positiva proporciona um auto-eficácia mais positiva. Ao te sentires melhor, também vais aceitar melhor quem és! Verás que ao fim de um tempo não pensarás tanto assim. Pequenas mudanças, fazem grandes coisas, e com força de vontade, tudo se consegue!

A comunidade OWO deseja-te boa sorte, assim como espera ter conseguido ajudar-te no melhor possível. Obrigada pela tua questão!

#4 - E tu, o que achas ser indicado para Rita? :)

4 de julho de 2013

#4 - Problema Familiar

Anónimo, 50 anos disse:

Olá comunidade OWO, digo, desde já, que pode parecer estranho alguém da minha idade vir pedir conselhos num blog, mas é que estou muito aflita e não sei mais a quem recorrer.
O que aconteceu foi o seguinte: o meu filho mais velho casou-se há uns tempos e eu sempre me dei muito bem com a minha nora. No entanto, desde que eles tiverem um filho há um mês, o primeiro deles e também o meu primeiro neto, a minha nora está diferente.
Primeiro já não é a pessoa simpática que costumava ser, pelo menos para mim. Evita falar ou quando comunica são respostas simples como “sim” ou “não” e sempre com um ar desprezível.
Depois (e o pior de tudo, a meu ver) existe o facto de se agarrar ao meu neto constantemente sem sequer me deixar pegar nele ou simplesmente dar-lhe a papa. E imaginava eu que quando ele nascesse o iria levar para todo o lado.
Se tento interagir com o meu neto ou lhe ofereço alguma coisa, parece que a minha nora compete comigo. Já tentei falar com o meu filho mas não resolveu nada, muito pelo contrário porque acabou por ficar muito chateado comigo depois de ir falar com a minha nora.
Por favor ajudem-me! Gostava de criar uma boa relação com o meu neto e por outro lado também quero ter uma relação estável com a minha nora e o meu filho, afinal somos família.



Other Way Out aconselha:

Olá cara amiga, em primeiro lugar achamos que não seja nada estranho com a sua idade pedir ajuda ao blog. A nossa comunidade destina-se a qualquer pessoa com qualquer idade. Sendo em que todas as idades surgem problemas, o nosso objectivo principal é sugerir algumas possíveis saídas e é isso que tentaremos fazer.
Em relação à sua nora, é normal que tenha mudado um pouco. É muito habitual que mulheres em situação pós-parto se tornem um pouco diferentes do habitual. É da mesma forma normal que a sua nora tenha uma atitude mais protectora em relação ao seu neto, pois ele ainda é muito novo, é tudo muito recente. É habitual que nos primeiros tempos de vida exista uma forte vinculação entre o bebé e a sua mamã.
Com isto queremos dizer-lhe também que quando o bebé se desenvolver vai começar a socializar mais com os outros membros da família e certamente consigo também. Tente ainda lembrar que nos dias de hoje, os pais de crianças pequenas recorrem muitas vezes aos avós para cuidarem dos netos , ou seja, mais tarde ou mais cedo eles vão precisar de si. É também aos poucos que provavelmente a sua nora vai voltar ao normal. Se se davam realmente bem e não houve nenhum conflito entre as duas que explique a hostilidade, tudo se irá resolver.
Espere que o seu neto tenha mais alguma idade e de certeza que ele vai adorar a sua avó que também o adora e precisa de estar com ele assim como ele vai precisar de estar consigo.
No que toca a falar sobre este assunto com o seu filho, deveria tentar evitar tal situação, não acha? Será mesmo necessário estar a criar mais tensão neste momento?
E se esperar um pouco e depois voltar ao OWO para contar à nossa comunidade o que sucedeu? Contamos consigo !

A comunidade OWO deseja-te boa sorte, assim como espera ter conseguido ajudar-te no melhor possível. Obrigada pela tua questão!

#4 - Já estiveste numa situação semelhante ? O que aconselhas? :)

3 de julho de 2013

#3 - Colónia de Verão

Maria, 12 anos disse:

Eu estou numa colónia de férias, e não gosto da minha monitora. Uma vez ela pôs o nosso colega que fala pouco português de castigo, em pé virado para uma parede, porque ele não explicava porque é que tinha entornado a água dele na comida. Ele não explicou porque não conseguia! Ela já fez mais coisas, mas nunca directamente comigo. Não sei que fazer.


Other Way Out aconselha:

Olá, Maria. De facto, é uma situação complicada que estás a passar, e o acontecimento que relataste é intolerável, como tal, é óptimo da tua parte quereres tomar uma posição. Mesmo com a tua idade - que para certas pessoas pode ser um motivo para não te darem ouvidos - tu podes tentar falar directamente com a tua monitora - dares a tua opinião e/ou explicares porque é que (por exemplo, no caso do teu colega que fala pouco português) aconteceu determinado momento. Talvez tendo uma conversa com a tua monitora a situação melhore, e até venhas a gostar mais dela. Caso a tua monitora não te dê ouvidos ou continue na mesma (com o mesmo tipo de atitudes), tu tens sempre a opção de falar com a pessoa que está acima dela (por exemplo, a coordenadora ou a chefe que está à frente do projecto), e por norma, ela estará mais atenta às tuas críticas. Acima de tudo, deves tentar ser o mais objectiva possível, e explicares bem o que se está a suceder e porque é que não gostas da tua monitora. Outra possibilidade é falares directamente com os teus pais - em conjunto podem encontrar uma solução, e estamos certos que te irão apoiar e ajudar a falar com a entidade superior da tua colónia de verão. Continua atenta, e dá a conhecer a tua voz, pois tu tens o direito de te pronunciares, e deves fazê-lo se não estás satisfeita com algo.

A comunidade OWO deseja-te boa sorte, assim como espera ter conseguido ajudar-te no melhor possível. Obrigada pela tua questão!
#3 - Já estiveste numa situação semelhante à de Maria? Como procedeste? :)

2 de julho de 2013

#2 - Voluntariado

João, 17 anos disse:

Os meus pais não me deixam trabalhar. Com quase 18 anos já não tenho idade para andar em colónias de férias e grande parte dos meus amigos está fora ou a fazer trabalhos de verão de modo que apanho uma enorme seca o dia todo.
Queria puder fazer algo para me sentir útil então decidi inscrever-me numa colónia aqui da freguesia (como voluntário) para vigiar as crianças mas já tinham acabado as inscrições assim como em todo o lado porque a “recruta “ é feita alguns meses antes.
Estou aberto a qualquer tipo de voluntariado desde que seja na minha área de residência mas não tenho encontrado nada de jeito.
Ajudem-me, estou a precisar de socializar!


Other Way Out aconselha: 

Olá João, muita gente gostaria de estar na tua situação “os teus pais não te deixarem trabalhar”, no entanto, isso pode ser um grande aborrecimento. Foi inteligente da tua parte pensar no voluntariado. Uma vez que não é trabalhar, podes participar sem causares discussões desnecessárias com os teus pais. O voluntariado vai-te permitir ocupar o tempo, conheceres pessoas novas, experienciar novas vivências e desenvolver capacidades assim como ajudares alguém que precise mesmo de ti. 
Para te ajudar na tua pesquisa aqui tens alguns links onde podes encontrar aquilo que procuras conforme as tuas condições. Sites de voluntariado: Conselho Nacional Para a Promoção do VoluntariadoBolsa do Voluntariado; Portal da Juventude - voluntariado específico para jovens (aproximadamente dos 15 aos 30 anos);  DGES - se fores estudante, neste site também tens informação sobre voluntariados.
No facebook podes aderir a vários grupos que partilhem o mesmo interesse que tu. Deixamos aqui o exemplo do Vários Voluntariados em que as pessoas publicam constentemente ofertas ou procuram sítios onde fazer voluntariado assim como outra informação relevante. Imagina que a distância da tua casa até ao local do voluntariado seria um problema, aqui tu podes procurar outras pessoas que estejam na mesma situação e te possam dar boleia.
Aconselhamos-te também a registares-te no Do Something pois podes fazer uma pesquisa filtrada com base nos teus interesses, disponibilidade e formação, sendo que não só te oferece imensas opções de voluntariado como também te dá imensas ideias e dicas para criares os teus próprios projectos!

A comunidade OWO deseja-te boa sorte, assim como espera ter conseguido ajudar-te no melhor possível. Obrigada pela tua questão!

#2 - Tens algum conhecimento que ajude o João? :)

1 de julho de 2013

#1 - Vida Académica

Sofia, 18 anos disse:

Ainda este ano, vou ingressar na vida universitária. O problema é que não sei por que curso optar visto que há tanta coisa que gosto, e nunca fui muito boa a tomar decisões para o futuro. Tenho uma boa vantagem do meu lado, a minha média é bastante alta, contudo o meu maior medo é de facto entrar num curso que não goste, e desperdice um ano da minha vida (assim como dinheiro nas proprinas). Como hei-de escolher?


Other Way Out aconselha:

Olá, Sofia. É normal haver uma certa indecisão e/ou medo nesta altura próxima em que tens de decidir parte do teu futuro ao nível escolar. Contudo, não deves sobrecarregar-te com o assunto. Sim, é importante que optes por algo que queres realmente, e da qual não te arrependas, mas deves decidi-lo com tempo (segundo o site oficial DGES, a candidatura dura quase um mês). Acima de tudo, deves ter em conta aquilo que gostas, assim como aquilo em que consideras que é algo que queres fazer a longo-prazo, assim já há mais segurança em relação à tua própria escolha.
Algumas das tuas opcões para escolheres o curso indicado para ti são: analisares com cuidado quais são as disciplinas/matérias na tua área que te entusiasmam mais, visto que aí és capaz de ficar com uma boa ideia do que é que te interessa mais ao nível académico; também te podes dirigir ao DGES e procurar entre a oferta formativa quais os cursos que te soam melhor, e com isso fazeres uma lista de vantagens ao ingressares no mesmo (e aqui também salientamos a importância de veres as várias saídas profissionais); e por último, podes aconselhar-te junto de pessoas que estejam a frequentar cursos que consideres boas opções; junto dos teus professores (que são capazes de terem algumas opiniões formadas que te ajudarão posteriormente); junto do sistema de apoio da tua escola; junto das pessoas que te conhecem melhor; e claro, junto dos teus pais. Nesta última opção, deves ter em atenção que a escolha é inteiramente tua, e que não te deves guiar totalmente pelas opiniões "alheias" mas sim tê-las em conta em pequena parte.
Acima de tudo, respira fundo. Aos poucos, vais-te informando sobre características e qualidades de cada curso que consideres interessantes, e verás que na altura da candidatura terás umas ideias mais definidas do que realmente queres seguir. Se "estudares" com calma as tuas opções, conseguirás encontrar o teu lugar na vida académica. 

A comunidade OWO deseja-te boa sorte, assim como espera ter conseguido ajudar-te no melhor possível. Obrigada pela tua questão!

# Então e tu, o que é que aconselhas à Sofia? :)